O termo "autismo", cunhado por Bleuler para caracterizar os sintomas negativos e a alienação social de indivíduos que sofriam de esquizofrenia, foi utilizado por Kanner e Asperger, em 1943-1944, de modo independente e quase simultâneo, para descrever crianças com incapacidades do desenvolvimento e com uma singularidade caracterizada por profundo déficit de relacionamento interpessoal.
Em 1976, Lorna Wing relatou que os indivíduos com autismo apresentam deficits específicos em três domínios: social, linguagem e comunicação, pensamento e comportamento que ficou conhecido como “Tríade de Wing”.
Portanto o melhor definição hoje é: O autismo não é uma doença única, é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas).
MITO ou VERDADE (1)? - A DIETA PODE MELHORAR OS SINTOMAS DOS AUTISTAS?
Muitos livros e sites da internet, especialmente nos EUA recomendam que indivíduos autistas eliminem algumas substâncias de suas dietas. Principalmente o Glutén e a caseína. As proteínas glúten e a caseína serão a vilã?
O glúten é uma proteína amorfa que se encontra na semente de muitos cereais combinada com o amido. Pode ser encontrado nos seguintes cereais: trigo, cevada, aveia, triticale e centeio. A doença Celíaca é uma patologia autoimune que afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos que contêm glúten.Os sintomas clássicos da doença celíaca incluem diarreia, perda de peso (ou falta de crescimento nas crianças) e fadiga, mas mesmo a doença celíaca sendo uma doença dos intestinos principalmente, os sintomas relacionados aos intestinos podem ser limitados ou até mesmo ausentes.
A caseína (do latim "caseus", queijo) é uma proteína do tipo fosfoproteína encontrada no leite fresco. Representa cerca de 80% do total de proteínas do leite.
O glúten e a caseína contém proteínas que ao serem digeridas transformam-se em compostos opiáceos com poder de gerar uma certa dependência. Estes compostos são as gluteomorfinas e caseomorfinas. E onde entra a associação da dieta do Glutén e da Caseína no Autismo?
Alguns indivíduos autistas (20%) apresentam sintomas gastrintestinais como diarréias frequentes. O intestino destes indivíduos também costuma ser mais permeável causando uma absorção dos compostos opiáceos. Quando os indivíduos apresentam esta absorção exagerada a quantidade de compostos opiáceos na urina é bastante aumentada.
Foi comprovado que quando ingerido em excesso, o glúten causa diminuição da produção da serotonina, o que pode levar a um quadro de depressão. A baixa serotonina também está diretamente ligado a distúrbios de ansiedade, obesidade, enxaqueca e esquizofrenia. (Os distúrbios de neurotransmissores na clínica do autismo é comum em todos, independente da ingesta de glutén e caseína. Além da serotonina, encontra alterado a dopamina, noradrenalina, a ocitocina, o glutamato entre outros)
É importante ressaltar que aproximadamente 1% da população mundial apresenta intolerância ao glutên, embora seja significativamente não-diagnosticada, já que na maioria dos portadores ela causa sintomas mínimos ou ausentes. Ou seja, um número expressivo da população tem problemas gastrointestinais pela ingestão do Glutén. Uma dieta eliminando o glutén irá melhorar o humor de muitos indivíduos não só de pessoas autistas.
Outro ponto importante ressaltar que nenhum alimento ou dieta é aconselhada sem a orientação devida de um nutricionista ou de um médico. Muitas vezes pode estar tirando uma fonte de proteína importante e não repondo de maneira correta. Alguns autistas apresentam restrições em sua alimentação, muita das vezes ele não come determinado tipo de alimento porque simplesmente não gosta, ou ele associa aquele alimento com algo que o fez mal. Essa é a grande dificuldade pois a maioria deles (autistas) não falam ou não expressam uma linguagem clara (tríade de Wing).
Portanto alguns pais podem estar tirando um alimento que ele goste e introduzindo outro que ele odeia. Mais uma vez toda e qualquer dieta tem que ser orientada por um profissional competente. Neste caso o nutricionista ou o médico.
E definitivamente até hoje não existe uma comprovação científica que a dieta alimentar (restrição do glutén e da caseína) diminua a sintomatologia da clínica do Autista. LOGO se não existe comprovação científica é MITO!!!
Abraço a todos... Rafael Fontenelle
Todos texto aqui relatado tem como fonte a internet, livros e artigos científicos. Caso queiram as referências solicitem por email.
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