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Olá a todos..... Primeiramente obrigado pela visita ao blog, que possa contribuir de alguma maneira para o conhecimento de todos. Objetivo é falar um pouco de algumas patologias neurológicas e tratamentos fisioterapêuticos. Alguns texto foram retirado dá própria web. Toda críticas e elogios serão bem vindo! Obrigado, e boa leitura... "Conhecimento guardado é conhecimento morto"

PLASMAFERESE, o que é? indicações e complicações...

A plasmaferese é um processo de remoção de elementos do plasma sanguíneo que possam ser responsáveis por algumas doenças. A indicação mais comum é para remoção de anticorpos e complexos auto-imunes.

Para que o texto fique muito complexo, é preciso primeiro entender o que é o plasma sanguíneo.

O sangue é o fluido do organismo responsável por transportar nutrientes e oxigênio para todos os tecidos do corpo. No sangue também estão presentes enzimas, proteínas, anticorpos, células, eletrólitos, glicose, hormônios e uma gama de outras moléculas necessárias para o funcionamento do organismo.

O sangue é composto por uma parte líquida, chamada de plasma, e outra sólida, composta por células circulantes que são as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Quando se pega uma amostra de sangue e coloca-se em uma máquina centrifugadora, conseguimos separar esses elementos do sangue.


O plasma sanguíneo, que é a parte líquida (sem células), corresponde a 55% do volume de sangue. Ele é composto por 90% de água e 10% de proteínas, anticorpos, enzimas, glicose, íons, fatores da coagulação, hormônios e outras substâncias diluídas do sangue.

Como muitas doenças são causadas por auto-anticorpos... toxinas e excesso de proteínas indesejadas, ou seja, produtos presentes no plasma, inventou-se um método onde estas substâncias possam ser removidas do sangue.

A plasmaferese é, portanto, o procedimento realizado para remoção de constituintes do plasma que sejam responsáveis por causar danos ao organismo.

Como é feita a plasmaferese?

A plasmaferese é um método semelhante à hemodiálise, realizado, inclusive, com o mesmo tipo de máquina


Enquanto na hemodiálise o filtro remove as toxinas acumuladas pela insuficiência renal... , o filtro da plasmaferese é capaz de remover o plasma do sangue, levando consigo as substâncias indesejáveis que estão causando doenças.

O problema é que a plasmaferese filtra todas as substâncias do plasma, tanto as maléficas quanto as benéficas, inclusive a água presente. Para que o paciente não entre em choque circulatório, o mesmo volume que é eliminado na plasmaferese é reposto com bolsas de plasma fresco (ou albumina) fornecidos pelo banco de sangue.

Assim como na hemodiálise, na plasmaferese é preciso um acesso venoso para que se possa levar o sangue até a máquina e depois trazê-lo de volta ao paciente. Comumente usa-se cateteres de hemodiálise na veia jugular interna ou na veia femoral para realização da plasmaferese.


As sessões de plasmaferese duram em média 2 horas e podem ser realizadas diariamente ou a cada 2 dias, dependendo da doença em questão. O tempo total de tratamento também depende da substância plasmática que se pretende filtrar e da melhora clínica do paciente, durando em geral 1 a 2 semanas.

É importante entender que a plasmaferese remove as proteínas indesejáveis, mas não influi na sua produção. Essa informação é importante em duas situações:

1- Se o caso em questão for uma doença auto-imune, junto com a plasmaferese para remover os auto-anticorpos, é necessário também o tratamento com drogas imunossupressoras para impedir que novos anticorpos maléficos sejam produzidos enquanto se retira os que já circulam na corrente sanguínea. Caso contrário, em poucos dias, tudo o que foi retirado do plasma estará de volta.

2- Alguns anticorpos e proteínas maléficas sobrevivem por mais de 20-30 dias. Mesmo que o tratamento com drogas imunossupressoras consiga cessar a produção de novos, se não for realizada a plasmaferese, aqueles anticorpos ou proteínas já produzidas continuarão circulando e atacando o organismo ainda por vários dias. Dependendo da virulência da doença, isso é inaceitável, podendo ser tempo suficiente para levar o paciente ao óbito ou à lesão irreversível de algum órgão.

Indicações para plasmaferese

Duas doenças neurológicas de origem auto-imune são as maiores indicações para plasmaferese. São elas a Miastenia Gravis e a Síndrome de Guillain-Barré .

Outras doenças onde a plasmaferese também pode estar indicada são:

- Mieloma múltiplo
- Macroglobulinemia de Waldenstrom
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Síndrome de Goodpasture
- Granulomatose de Wegener
- Crioglobulinemia
- Esclerose múltipla
- Púrpura trombocitopênica trombótica
- Algumas glomerulonefrites
- Hipercolesterolemia familiar
- Síndrome de Crigler-Najjar
- Alguns casos de rejeição de transplante de órgãos

Complicações da plasmaferese

Como qualquer procedimento médico invasivo, a plasmaferese apresenta sua taxa de complicações.

Assim como na hemodiálise a punção de um vaso profundo para implantação do cateter pode levar a problemas como sangramentos e infecção.

Como no plasma encontram-se os fatores responsáveis pela coagulação, quando a reposição do volume retirado é feita apenas com soro com albumina, e não com plasma fresco, existe o risco de hemorragias pela depleção das proteínas da cascata da coagulação.

Quando a reposição é feita com bolsas de plasma fresco, há menor risco de sangramentos, porém, outras complicações podem surgir. O plasma fresco é obtido através de doações de sangue, onde o plasma é retirado e colocado em bolsas separadas

Portanto, a infusão de plasma fresco pode apresentar complicações semelhantes às que ocorrem em transfusões de sangue. Uma delas é a transmissão de infecções como hepatite e HIV. Outra é a reação à proteínas presentes no plasma podendo causar anafilaxia

Os derivados de sangue possuem citrato em seu interior para impedir a sua coagulação dentro da bolsa. O citrato quando infundido no sangue liga-se ao cálcio impedindo que este exerça suas funções normais no organismo, levando à sintomas semelhantes aos da falta de cálcio no sangue (câimbras, alterações neurológicas, dormências nos membros etc...).

Apesar de teoricamente ser mais lógico realizar a reposição do plasma retirado com a transfusão de plasma fresco, o fato é que, quando a reposição é feita apenas com soro albuminado, as taxas de complicações são menores.

Algumas doenças, porém, apresentam melhor resposta quando a reposição é feita com plasma, principalmente na Púrpura trombocitopênica trombótica. Portanto, a indicação do tipo de reposição é feita individualmente

Texto retirado do site (http://www.mdsaude.com/2009/10/plasmaferese.html)

2 comentários:

  1. Olá Dr.

    No caso da Miastenia Gravis, que fez a retirada do Timo, seria recomendado uma Plasmaferese? Pois com a retirada do timo não seria produzido anti-corpos em alta quantidade...

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  2. Olá dr.
    Minha pergunta é a mesma do Paulo pois tenho um amigo com miastenia já fez a retirada do timo e quer fazer plasmaferese, vc recomenda?

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